sábado

Sol quente que teu calor agora se esvai aos poucos, cada dia mais um pouco, e mais outro e outro. Até o teu brilho no meu cabelo se tornar tão frio, tão gelado, que nem pareces mais o mesmo. Avisas quem quiser saber que vais tirar férias em breve, que já trabalhaste muitas horas este ano, que dentro de dias passarás a vez ao astro despido que te substitui nos turnos. A despedida é discreta, aliás, tanto que nem por ela se dá. Elevas apenas a minha face, fechas-me os olhos, dás-me um esgar de sorriso e deixas que, quando te vire costas zangadas, os teus raios se escondam entre as madeixas mais claras. Mas mais e mais frio o teu brilho. Apesar de guardado, à minha mão, se eu quiser. Tão frio.