sábado

Da varanda vês o pôr-do-sol

Da varanda vês o pôr-do-sol. E não acreditas que durante mais de vinte anos o tenhas esquecido. Entre este fim de Verão e início de Outono, o Sol segue aquele arco que o deixa cair atrás do montado, com o amarelo-laranja quente recortadinho pelas ramagens dos sobreiros lá ao fundo, naquela nesga mesmo entre os telhados das casas dos teus vizinhos da frente. Como é possível que durante tanto tempo não o tenhas vindo ver?! Semicerras os olhos e a luz brilha nas tuas pestanas. E a tua pele aquece. Deixas-te ficar um bocadinho a absorver a energia. Tanto calor que estranhas. Já o Sol se põe e ainda assim não corre uma brisa. Acenas e despedes-te. Amanhã ainda terás mais dia que noite. Depois, será sempre a decrescer. Vale sempre mais, quando o vês tão perto de se ir embora.

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